Jovem Moçambicano explica a Solução concreta para a Crise de água na região de Maputo

A opção mais benéfica em termos de custos seria a “instalação gradual de dispositivos inteligentes conectados ” de baixo custo, não intrusivos, na rede (detecção e localização de fugas e monitoramento online) e nas ligações domiciliares (lado dos clientes) para aumentar a observabilidade da rede e o monitoramento do consumo pelos clientes, e gradualmente introduzir dispositivos inteligentes que vão aumentar a Controlabilidade (ex. Contadores com válvulas ou outros dispositivos inteligentes baseados na Internet das Coisas (IoT)).
A entidade que deve procurar tirar proveito das novas tecnologias inteligentes, para modernizar a infrastrutura, com “dispositivos que vão fazer a diferença” é a FIPAG, a detentora dos sistemas – a entidade gestora é “apenas um piloto” de um avião sem painel de controlo.
Não é possível uma boa gestão “sem sensores inteligentes na rede para aumentar a observabilidade”- só com as actuais políticas de fornecimento de água baseadas na abundância onde a ineficiência operacional é tolerada e considerada normal.
Diante da escassez de água, isso precisa ser revisto.

Seca tem solução: Poupança e uma boa gestão!

As cidade de Maputo, Matola e a Vila de Boane tem de reconhecer que “daqui em diante”, a “escassez de água” é a “nova norma”.

Mudanças climáticas! intensidade de secas cada vez mais severa ….

O nível de armazenamento da Barragem dos Pequenos Libombos baixou de 80 por cento, há quatro anos, para apenas 19 por cento no inicio deste ano. A albufeira tem a capacidade de 400 milhões de metros cúbicos, mas nos dias que correm chegou a ter apenas 75 milhões de metros cúbicos de água. Não há certezas de que volte a subir na próxima época chuvosa

Infelizmente, as políticas de abastecimento de água em Maputo, Matola e Boane são baseadas na abundância e, diante da escassez de água, isso precisa ser revisto.

“O fornecimento de água é baseado em uma demanda elástica e ilimitada. Se a pessoa resolver consumir 1000 litros por dia (cinco tambores grandes de 200 litros por dia), é como se a “a empresa de abastecimento de água” tivesse que se virar para atender (bastando a pessoa pagar, e outros fazem ligações clandestinas retirando volumes enormes, sem a empresa detectar!).

Isso tem de acabar! A política tem que ser baseada na política da escassez, não haverá recursos para demanda ilimitada, dada a seriedade do impacto das mudanças climáticas e os custo avultados e o tempo de desenvolvimento de novas fontes de água (lembrar que Moçambique enfrenta uma crise da dívida soberana – poupança e boa gestão vai ajudar muito a região de Maputo a vencer a crise ) .

Em 2016, Já se sabia que a Águas da Região de Maputo estava no limite da capacidade, apesar do nível de água não contabilizada (perdas) ser muito alto (44%) – a recuperação das perdas usando novas tecnologias seria a melhor forma de aumentar a eficiência (“sensores inteligentes na rede”)

Os níveis de perdas continuam bastante altos.

Mas a opção de fornecimento baseado na abundância, desde sempre, levou Maputo a esperar por “desenvolvimento de novas fontes de água abundante”  ao invés de se “reduzir a água não contabilizada” – agora as novas tecnologias estão disponíveis, e sai mais barato recuperar a água perdida nas fugas e ligações clandestinas e aprimorar as gestão “com ajuda de sensores inteligentes na rede” e a “leitura automatizada de contadores“. (empreendedores tecnológicos podem ajudar sem investimento de capital por parte da entidade detentora, mediante modelos de negocio inovadores, baseados no desempenho – servitização).

Com as fugas, perde-se, não apenas a água, mas a energia usada para bombear a água, os produtos químicos para tratar a água que se perde nas fugas, e isso impacta a capacidade de a empresa cobrir os custos operacionais. Com a observabilidade da rede por “sensores inteligentes” e “a leitura automatizada de contadores“, o pessoal das leituras pode ser retreinado para outras tarefas mais produtivas, do que estar de baixo do sol e da chuva, para tirar leituras manualmente, com erros e imprecisões e ate situações de pequena corrupção são frequentes (cortes, religações)  – a satisfação dos clientes iria aumentar, dada a possibilidade de “monitorarem seu consumo em tempo quase real”, e estarem mais cientes de quanto estão a gastar, e mudar comportamento, para poupar água, poupar energia (para os que usam bomba, termo acumulador para água quente – menos usada água = menos custos de energia)

Devido a falta de “sensores inteligentes” nas redes, e “leitura automatizada de contadores” (ou novos contadores inteligentes de baixo custo) – é difícil fazer-se o “balanceamento da oferta com a demanda” – gestão da demanda – e não é possível reduzir a “água não contabilizada” – o resultado é a “fraca qualidade de informação associado a operação e a gestão dos sistemas – não é possível uma boa gestão nestas condições e a planificação da conservação da água – que serão tao importantes daqui em diante, em face aos desafios das mudanças climáticas – para se alcançar o objectivo 6 de desenvolvimento sustentável: Assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento para todas e todos 

Na modalidade de fornecimento de água em Maputo, Matola e Boane, baseadas na abundância, diante da escassez de água que se vive, só se fala de desenvolvimento de novas fontes (represas) – furos – para bombear – tratar – transportar para os reservatórios dos bairros – distribuir  –  sem considerar com prioridade a opção de tirar proveito das “novas tecnologias inteligentes” para reduzir as perdas na distribuição – tornando mais água disponível (opção mais rápida e menos onerosa – para aliviar o sofrimento da população, principalmente a de baixa renda que mais sofre com as restrições no abastecimento)

Cerca de 80% dos consumidores são de baixa renda, consome volumes mensais inferiores a 10 m3, escalão mais baixo – e corresponde a quase 50% de todo o volume  – os restantes 50% e consumido por apenas 20% na faixa de maior consumo  – mas numa situação de “restrições no abastecimento” – os que mais sofre são os  “consumidores são de baixa renda” que não tem dinheiro para comprar grandes reservatórios, bombas e outros aparatos para “conservar água” – para os que podem – “com reservatórios de grande capacidade – e o actual “fornecimento baseadas na abundância” é como se a crise não existisse. 

Os sensores inteligentes na rede e leitura automatiza de contadores e novas modalidades de facturação por períodos variáveis e curtos e pagamentos por dispositivos móveis iria ajudar a reduzir a pobreza de água e aumentar o acesso a ligação domiciliar.

A adopção das novas tecnologias, para permitir “a facturação por períodos variáveis e curtos e pagamentos por dispositivos moveis (celular) – e “dispositivos inteligentes” que permitem o monitoramento do consumo (observabilidade e controlabilidade) iria viabilizar ligações domiciliares (torneira privada) – isso iria reduzir o custo para a população que tem de comprar água em quintal de vizinho – (por não ter rendimento regular – salário mensal para pagamentos mensais de uma única vez)  – reduziria as ligações clandestinas – para revenda – garantiria uma gestão mais eficiente da demanda – graças aos dispositivos inteligentes implantados na rede e no lado dos clientes.

A modernização da gestão dos sistemas com as novas tecnologias (soluções baseadas em TICs) para melhorar a qualidade do serviço, dar mais acesso a informação sobre o consumo aos clientes, em tempo quase real, permitir monitoramento do consumo pelos clientes e novas modalidades de pagamento por períodos variáveis e curtos, via dispositivos moveis – são os segredos para uma boa gestão em tempo de crise e para o futuro (planificação da conservação da água) – assegurar a disponibilidade e acesso a água a todos na região de Maputo.

 

Autor: Abel Viageiro, empreendedor exponencial, abel.viageiro@gmail.com

 

Segundo Steven Kotler, um empreendedor exponencial é alguém que utiliza e se baseia em tecnologia de aceleração exponencial para desenvolver um negócio startup. Estes empreendedores usam tecnologias como as de sensores de rede da internet das coisas (IoT), inteligência artificial (AI), robótica, biologia sintética e impressões 3D para gerar curvas de crescimento exponencial em seus negócios Startups. Além disso, eles usam ferramentas psicológicas exponenciais, ou seja, maneiras de pensar em escala, estados de fluxo e outras coisas que permitem aos empreendedores ampliarem seu jogo mental. Tais empreendedores também usam o poder exponencial das multidões, com crowdsourcing, crowdfunding e construção de comunidades, que permitem o acesso ao capital e a experiência para que realmente aumentem o crescimento mais do que nunca. Somadas estas três abordagens exponenciais fazem toda a diferença.

 

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